Por David F. Wells
O texto a seguir é parte do livro: Missões Transculturais: Uma Perspectiva Bíblica.
"Em certa cidade havia um juíz que não temia a Deus nem se importava com os homens. E havia naquela cidade uma viúva que se dirigia continuamente a ele, suplicando-lhe: Faze-me justiça contra o meu adversário". Lc. 18:2 e 3.
"Nada destrói tão rapidamente a oração de petição (e junto com ela, um ponto de vista cristão de Deus) como a resignação. Jesus Se referiu ao "dever de orar sempre e nunca esmorecer", isto é, para nunca aceitar a situação vigente.
a oração é uma afirmação de que Deus e o mundo têm objectivos antagônicos; "dormir", estar "desanimado" ou "esmorecido", é agir como se Deus e o mundo não estivessem em antagonismo.
Ao contrário da viúva da parábola, achamos fácil entrar em acordo com o mundo injusto e caído que nos rodeia, mesmo quando ele invade as instituições cristãs. Às vezes estamos cônscios do que acontece, mas simplesmente nos entimos completamente impotentes para mudar qualquer coisa. E por mais que não queiramos, essa impotência nos faz declarar trégua na luta contra o erro. Felizmente Deus não nos perdeu; pois Sua ira é a oposição que faz ao que está errado, são os meios pelos quais a verdade é entronizada para sempre e o erro enviado definitivamente para o patíbulo. É neste sentido que a ira de Deus está intimamente ligada à oração de petição, de modo que também almeja o triunfo da verdade em todas as áreas e o consequente banimento do mal. Em Jesus a tão esperada "era que havia de vir" chegou; Nele e através Dele aconteceu a incursão messiânica dentro do mundo. Ser um cristão não é, então, uma questão de simplesmente ter tido a experiência religiosa correta, mas de começar a viver naquela esfera que é verdadeiramente divina. O evangelismo é frutífero, não porque nosa técnica seja "correcta", mas porque esta "era" irrompe dentro das vidas de pessoas pecadoras. A "era" de Deus, a "era" do Seu Filho crucificado, está alvorecendo em todo o mundo. Se o Evangelho é universal, a oração não poderá se restringir, tratando só de assuntos locais.
Existem inúmeras razões por que devemos recuperar nossa visão e aproveitar nossa oportunidade, pois o Juíz perante o qual nos apresentamos não é um ateu nem um corrupto, mas o glorioso Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Você, então, acredita que Ele de facto falhará em fazer "justiça aos seus escolhidos, que a Ele clamam dia e noite"? Deus continuará deixando de atendê-los? A esta dúvida Jesus afirmou: "Digo-vosque depressa lhes fará justiça" (Lc. 18:7-8)
